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2 de dez. de 2011

Ler. Tarefa difícil?


Jovens sentem falta de atrativos na Feira do Livro

Por Franciéle Rodrigues e Karolyn Petrucci.

Um livro aberto é um amigo que fala.

Um livro fechado é um amigo que espera.

Ler para descobrir o mundo, desvendar mistérios, temperar sonhos, mas acima de tudo, para instigar o imaginário. Esses são alguns dos motivos para se ter em mãos um bom livro. A sede de leitura talvez não seja o problema, o que pode haver é a falta de incentivo para ler mais.

Em um mundo regido pela informação, em que ler é imprescindível, uma das alternativas que o Departamento de Assuntos Culturais (DAC) encontrou para aproximar livros e leitores é a realização anual da Feira do Livro. Trata-se de um evento que pretende abranger todos os públicos, e que a cada ano consegue atrair um número maior de jovens, apesar de algumas resistências.

Segundo a diretora do DAC, Viviane Pimenta, a Feira do Livro de São Borja, com o intuito de receber cada vez mais participantes, procura a cada edição fazer uma vasta programação, que inclui a apresentação de danças e shows, além de outros atrativos. “Um quadro do evento que procura chamar a atenção do público para a leitura é o ‘autor presente’, que busca trazer para o evento autores que são trabalhados em sala de aula, além de escritores da terra.”

A estudante do 3º ano do ensino médio Thais Souza revela a importância de iniciativas como esta no evento. “A presença dos autores dá mais credibilidade à Feira do Livro, e a aproximação dos leitores com os escritores é muito importante, pois o leitor, além de ter seu livro autografado, poderá tirar suas dúvidas, saber de onde veio a inspiração do escritor, entre outras coisas.”

Apesar da vasta programação da Feira, que é voltada para pessoas de todas as idades, a participação dos jovens ainda é pouca, existe grande resistência por parte deles em se fazer presente no evento. Uma pesquisa realizada com jovens de 15 a 20 anos, estudantes de escola pública, técnica e particular, revela que faltam atrativos que incentivem os mesmos a participar do evento. Thais faz questão de ressaltar alguns deles. “O que falta são debates sobre livros, comentários, pesquisas dos livros mais lidos, e mais incentivos para os jovens lerem.”

Para que os jovens possam instigar sua vontade de ler, a biblioteca municipal realiza projetos de incentivo à leitura. Entre eles está o “pegue e leve”, que se trata de uma distribuição gratuita de livros. Além disso, a diretora do DAC ressalta. “O incentivo aos jovens começa por parte dos professores em sala de aula, onde são trabalhados autores cujas obras se fazem presentes na feira do livro.”

Com um mundo de possibilidades, está cada vez mais difícil o jovem se interessar pela leitura. Devido a isso, a Feira do Livro é um ótimo momento para aproximar os leitores deste amigo que nos acompanha de geração em geração. Mas segundo alguns entrevistados, para que ocorra esta aproximação, além de shows e apresentação de peças teatrais, os jovens necessitam de atrativos relacionados à tecnologia. A estudante Thaís dá a dica. “Sem dúvidas, o atrativo que merecia uma atenção bem especial seria o kindle, fabricado pela Sony, que abrigam em média 160 livros; esse é o livro do futuro, uma biblioteca na palma da mão, com certeza merece destaque.”

Viviane pondera que a cada edição da feira procura-se trazer uma programação diversificada que atenda a todos os públicos, “e para a edição de 2012 vamos sim trazer atrativos ligados à tecnologia.”

Independente dos atrativos presentes na Feira do Livro, participar de eventos como este é somente mais um motivo para instigar a sede pela leitura. Ler não é tarefa difícil, basta um pouco de incentivo e vontade própria de aprender algo novo, de explorar outro caminho e também de alimentar a alma. Se apesar destes apontamentos, você não sentir vontade de ler, lembre-se apenas de uma coisa: “o livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.”


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