Mirela Ferreira
O processo imigratório no Rio Grande do Sul tem início
por volta de 1740 com a vinda dos açorianos. Já em 1780, ocorre a chegada dos africanos
para serem trabalhadores nas charqueadas na região de Pelotas.
Após este período, a vinda de colonizadores sofre uma
estagnação até chegarem a São Paulo os imigrantes alemães, que vinham fugindo
dos problemas sociais da sua terra natal. Estes imigrantes chegam ao Rio Grande do Sul em
meados de 1824 e instalam-se ao sul do Rio dos Sinos, na Real Feitoria do Linho-Cânhamo,
localidade onde hoje fica São Leopoldo.
Os próximos imigrantes a chegarem ao Rio Grande foram
os italianos, em 1875, instalando-se em Nova Milano, região hoje ocupada pelas
cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves, Farroupilha e Caxias do Sul. (Nova
Milano hoje também é o nome do 4º Distrito de Farroupilha.)
Neste período de imigrações, o Brasil se encontrava praticamente desabitado, motivo pelo qual o processo imigratório foi incentivado e terras foram doadas aos recém chegados. Porém, não foi fácil: a mata que constituía nosso território era um fator de atraso na acomodação dos novos brasileiros. Além disso, as promessas de incentivos e auxílios como máquinas, trabalhadores e sementes não fora cumprida pelo Governo brasileiro.
Com isso é possível dizer que os que aqui chegaram, para fazer desta a sua nova morada, não receberam o que lhes fora prometido, mas também não desistiram de tornar próspero o Rio Grande do Sul e nação.
Foram estes imigrantes, trazendo consigo tradições, língua, comida e vestimenta dos seus países que tornaram o Brasil um dos lugares do mundo onde mais a população possui descendentes de alguma etnia.
Hoje, calcula-se que mais ou menos cinco milhões de brasileiros possuam algum descendente alemão, por exemplo. Isso fez com que a miscigenação tornasse nossa cultura tão rica e popular. Os imigrantes alemães nos trouxeram e legaram tradições nos mais variados setores:
- Alimentação: cucas, embutidos, schimier, compotas, carne de porco;
- Natal: pinheirinho, bolachas enfeitadas;
- Páscoa: ovos pintados com papel crepom, cestas com produtos coloniais, árvore de Páscoa – ou Osterbaum;
- Arquitetura: casas em estilo enxaimel.
Estas foram algumas das tradições legadas pelos alemães no Rio Grande do Sul e que podem ser vistas em casas de descendentes até os dias de hoje.
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