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16 de abr. de 2012

Imigração alemã mescla a cultura de São Borja

Mirela Ferreira 

O processo imigratório no Rio Grande do Sul tem início por volta de 1740 com a vinda dos açorianos. Já em 1780, ocorre a chegada dos africanos para serem trabalhadores nas charqueadas na região de Pelotas.
Após este período, a vinda de colonizadores sofre uma estagnação até chegarem a São Paulo os imigrantes alemães, que vinham fugindo dos problemas sociais da sua terra natal. Estes imigrantes chegam ao Rio Grande do Sul em meados de 1824 e instalam-se ao sul do Rio dos Sinos, na Real Feitoria do Linho-Cânhamo, localidade onde hoje fica São Leopoldo.

Os próximos imigrantes a chegarem ao Rio Grande foram os italianos, em 1875, instalando-se em Nova Milano, região hoje ocupada pelas cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves, Farroupilha e Caxias do Sul. (Nova Milano hoje também é o nome do 4º Distrito de Farroupilha.)

Neste período de imigrações, o Brasil se encontrava praticamente desabitado, motivo pelo qual o processo imigratório foi incentivado e terras foram doadas aos recém chegados. Porém, não foi fácil: a mata que constituía nosso território era um fator de atraso na acomodação dos novos brasileiros. Além disso, as promessas de incentivos e auxílios como máquinas, trabalhadores e sementes não fora cumprida pelo Governo brasileiro.

Com isso é possível dizer que os que aqui chegaram, para fazer desta a sua nova morada, não receberam o que lhes fora prometido, mas também não desistiram de tornar próspero o Rio Grande do Sul e nação.

Foram estes imigrantes, trazendo consigo tradições, língua, comida e vestimenta dos seus países que tornaram o Brasil um dos lugares do mundo onde mais a população possui descendentes de alguma etnia.

Hoje, calcula-se que mais ou menos cinco milhões de brasileiros possuam algum descendente alemão, por exemplo. 
Isso fez com que a miscigenação tornasse nossa cultura tão rica e popular. Os imigrantes alemães nos trouxeram e legaram tradições nos mais variados setores:

  • Alimentação: cucas, embutidos, schimier, compotas, carne de porco;
  • Natal: pinheirinho, bolachas enfeitadas;
  • Páscoa: ovos pintados com papel crepom, cestas com produtos coloniais, árvore de Páscoa – ou  Osterbaum;
  • Arquitetura: casas em estilo enxaimel.

Estas foram algumas das tradições legadas pelos alemães no Rio Grande do Sul e que podem ser vistas em casas de descendentes até os dias de hoje.

Lucy Fitz, aposentada e neta de alemães que chegaram ao Estado vindos de navio, conta que ainda hoje preserva o costume de fazer cafés com muita cuca, salame, nata, chimias, todos artesanais, para que assim seus descendentes também levem consigo um pouco dos costumes, já para que sejam montadas essas mesas recheadas de gostosuras “o melhor é ter a família reunida”, diz.

Já Gladis Kemmerich, quituteira e também neta de alemães afirma que: "gosta muito de fazer as tradicionais bolachas pintadas, as cucas e os ovos de Páscoa com papel crepom”. Dos quatro irmãos, ela conta ser a única que ainda preserva estes costumes até hoje, já que gosta muito de ter no seu dia-a-dia a lembrança dos avós que desbravaram o País e o Estado.

Para mais informações, ouça o podcast, baseado no texto “História da Imigração Alemã no Rio Grande do Sul”, do professor Frei Rovílio da Costa, na Revista Teocomunicação


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