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1 de dez. de 2012

São Borja em 24 horas

Phillipp Gripp

A equipe d’O Infoscópio mapeou a rotina diária do município gaúcho que faz fronteira com Santo Tomé (Argentina) e mostra para você o que acontece no centro da cidade

O céu está azul e sem nuvens. O sol nasce no horizonte e começa a iluminar os prédios e as casas da cidade.
Os primeiros raios de sol em São Borja - Foto: Phillipp Gripp
06h: São Borja está escura e calma. Os caixas eletrônicos dos bancos voltam a funcionar automaticamente. O único movimento expressivo na cidade é na esquina da Rua Barão do Rio Branco com a Cândido Falcão, onde os feirantes independentes começam a agitá-la colocando os produtos coloniais em exposição. 06h18: O sol começa a se mostrar timidamente no horizonte, parecendo iluminar as casas de nossos vizinhos argentinos antes das nossas. 06h30: Alguns poucos trabalhadores chegam em padarias e mercados da cidade para organizar os estabelecimentos.

7h: Milhares de despertadores tocam simultaneamente, cada um a seu estilo, músicas que mais tarde se tornarão irritantes e serão trocadas por outras que soarão no mesmo horário, criando um ciclo interminável no decorrer dos meses. Uma grande parcela de pessoas abre os olhos de forma preguiçosa e se levantam para começar a rotina de mais um dia da semana: tomar banho, vestir-se, comer algo no café da manhã (enquanto assiste TV, acessa a internet, ouve rádio ou lê um jornal impresso), escovar os dentes, e sair para o trabalho – não sem antes dar uma última olhada na cama e pensar em como seria ótimo se pudesse continuar dormindo. 7h15: Uma das atendentes, já uniformizadas, de uma padaria abre as portas para os primeiros clientes e, sonolenta, reza para que o intervalo das doze às quatorze horas chegue logo.

Fachada do Hospital Ivan Goulart.
Fachada do Hospital Ivan Goulart - Foto: Liziane Wolfart
08h: Funcionários dos três maiores supermercados da cidade abrem as grades e deixam os clientes que esperavam ao lado de fora entrarem. Alguns caixas já estão posicionados, organizando as moedas para troco e aguardando os primeiros lucros. 08h05: Um médico estaciona seu carro em frente ao  Hospital Ivan Goulart e calmamente se dirige até seu consultório, enquanto quatro pessoas já aguardam a sua chegada. 08h10: Os pontos de ônibus estão lotados de estudantes que esperam a linha que os leva até a universidade, a qual deveria ter passado há cinco minutos e está parando ali apenas agora. Quando todos entram e o transporte prossegue seu caminho, dois adolescentes dobram a esquina correndo para pegar a condução que acabou de partir; eles percebem, param, enxugam o suor das testas e, com a respiração ofegante, andam mais devagar. 08h30: Uma após a outra as lojas de roupas do centro de São Borja iniciam o horário comercial. Um funcionário de uma delas chega correndo, com um sorriso no rosto por ter conseguido o emprego dois dias atrás, enquanto o cadeado está sendo destrancado e dá “bom dia!” ao chefe, que lhe responde, cordialmente, com a mesma exclamação.

9h15: Os chefes e cozinheiros dos restaurantes Aquarela, Al Manara e Algo Mais e de alguns hotéis começam a cortar cebolas, alhos, alfaces e tomates; a fritar, cozinhar e assar os pratos para o almoço que será servido a partir das onze e meia. 9h50: Um funcionário de um deles começa a assar carne numa chapa e deixa o suor respingar por cima do objeto, o que faz o aparelho chiar; ele olha para os lados procurando alguém e continua colocando novos cortes de aves e bovinos.

10h: Os bancos da cidade dão início ao horário de atendimento e a fila de 23 pessoas que aguardava na frente de um deles começa a se mexer. 10h02: O micro-ônibus argentino começa o primeiro trajeto do dia que faz as quatro viagens internacionais diárias (acompanhe no infográfico abaixo os horários de ônibus que saem da cidade) de São Borja a Santo Tomé e vise-versa; o motorista/cobrador argentino se diverte com as tentativas de alguns brasileiros arriscando um “portunhol” barato toda vez que lhe dão 12 pesos ou 05 reais – preço da passagem. 11h57: O comércio de São Borja se organiza para finalizar o expediente da manhã, enquanto algumas lojas já fecham as portas.

12h: Os funcionários públicos da prefeitura municipal encerram o expediente que iniciou às oito da manhã e o responsável pelo site do órgão atualiza a página com os telefones úteis do município antes de sair do Departamento de Comunicação (DECOM). 12h13: O movimento no comércio da cidade é primordial nos supermercados e restaurantes. 12h30: Um ônibus volta lotado e barulhento do bairro Ernesto Dornelles, onde pegou os alunos da Unipampa, para o centro. 12h52: Os operários de uma obra da Rua General Osório comem o almoço, entregado mais cedo numa vianda.

13h08: Alunos voltam a se amontoar nas paradas de ônibus esperando a linha – a qual passa no horário certo (treze horas e dez minutos) dessa vez – que os levarão à universidade. 13h37: Os funcionários dos restaurantes – agora vazios – se servem e se reúnem em mesas perto da cozinha para o almoço. 13h44: Uma moradora de rua, carregando um saco com latas amassadas de refrigerante, espera sentada na porta de um deles até que um garçom leva até ela um prato cheio das sobras do almoço. 14h00: As lojas do comércio central voltam a funcionar e o movimento começa a fluir.

Crianças, adultos e idosos aproveitam o fim de tarde na praça da Lagoa. No parquinho uma criança brinca dentro da caixa de areia do escorregador. Os pais da criança a olham. No lado esquerdo da imagem pessoas de todas as idades fazem uma roda de chimarrão. Um senhor de idade está sentado num banco e observa toda a cena.
Crianças brincam e adultos tomam chimarrão no parque da
 Praça da Lagoa - Foto: Liziane Wolfart
15h00: As agências bancárias encerram o horário de atendimento, mas todos permanecem trabalhando em seus computadores. O centro da cidade segue a rotina. As pessoas vêm e vão, pagam suas contas, fazem um lanche, levam as crianças para brincar numa das praças, ou simplesmente tomam chimarrão e conversam. 17h30: As escolas liberam os estudantes do turno da tarde, acarretando um leve trânsito por causa dos pais que vão buscar as crianças, além de universitários que estão voltando para o centro da cidade. 18h30: Finalmente as lojas começam a fechar e os trabalhadores a voltar para suas respectivas casas.

19h: O fluxo de clientes aumenta nas lancherias são-borjenses, que recebem os mais variados tipos pedidos, escolhidos entre diversas opções de xis, cachorros-quente, pizzas e pastéis. 20h28: O sol se despede deixando o horizonte num alaranjado forte, que vai se dissipando, dando lugar à luz da lua.
O sol se põe no horizonte e o céu vai ganhando tons alaranjados. A foto foi captada na sacada do décimo andar do prédio Sindicato rural. Uma árvore está na frente da imagem que tem como fundo o rio Uruguai.
O sol se põe em São Borja tingindo o céu de tons alaranjados - Foto: Phillipp Gripp

21h42: Um rapaz chega correndo, trazendo consigo uma mala, até o ponto de táxi. Ele deseja boa noite ao motorista, que coloca a bagagem no porta-malas e segue rumo à rodoviária. 21h58: O posto Missioneiro enche de carros e pessoas que procuram um lugar para uma noite animada (como você pode acompanhar no vídeo abaixo, que fala sobre o entretenimento da noite na cidade):

[Acessibilidade] Clique aqui para ouvir a audiodescrição do vídeo acima.

22h: Os caixas eletrônicos das agências bancárias no centro do município desligam automaticamente. Os supermercados finalizam o expediente e fecham as portas.  00h: Os restaurantes começam a fechar e os funcionários organizam o estabelecimento para o dia seguinte. 01h: O movimento de jovens aumenta em frente ao BullEstação do Som e Clube Comercial. 02h: Um caminhoneiro pede informação a um pedestre, que não sabe lhe dizer onde há um lugar aberto para comer alguma coisa. 02h57: Os médicos e enfermeiros Hospital Ivan Goulart continuam de plantão para atender as emergências. (ouça o podcast abaixo e se informe sobre os serviços de urgência em São Borja).

[Acessibilidade] Clique aqui para ler o texto e ver fotos do podcast.

03h15: Um homem pede um Xis Simples no Caçula Mix e aproveita para acessar a internet Wifi pelo seu celular. 04h18: A cidade parece estar dormindo novamente. Nenhuma farmácia, Posto de Gasolina ou Loja de Conveniência estão abertos. Hora ou outra o silêncio é interrompido por alguém que acelera seu carro, fazendo-o cantar pneu, ou pelo grito de alguém ao longe. 05h52: Alguns trabalhadores se preparam para começar a rotina diária e dar movimento à cidade novamente. Os feirantes se encaminham para a venda de produtos coloniais, legumes e verduras. 6h: São Borja está escura e calma. Os caixas eletrônicos dos bancos voltam a funcionar automaticamente...

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