Phillipp Gripp
Os primeiros raios de sol em São Borja - Foto: Phillipp Gripp |
7h:
Milhares de despertadores tocam simultaneamente, cada um a seu estilo, músicas
que mais tarde se tornarão irritantes e serão trocadas por outras que soarão no
mesmo horário, criando um ciclo interminável no decorrer dos meses. Uma grande
parcela de pessoas abre os olhos de forma preguiçosa e se levantam para começar
a rotina de mais um dia da semana: tomar banho, vestir-se, comer algo no café
da manhã (enquanto assiste TV, acessa a internet, ouve rádio ou lê um jornal
impresso), escovar os dentes, e sair para o trabalho – não sem antes dar uma
última olhada na cama e pensar em como seria ótimo se pudesse continuar
dormindo. 7h15: Uma das atendentes, já uniformizadas, de uma padaria abre as
portas para os primeiros clientes e, sonolenta, reza para que o intervalo das
doze às quatorze horas chegue logo.
Fachada do Hospital Ivan Goulart - Foto: Liziane Wolfart |
9h15:
Os chefes e cozinheiros dos restaurantes
Aquarela, Al Manara
e Algo Mais e de alguns hotéis começam a cortar
cebolas, alhos, alfaces e tomates; a fritar, cozinhar e assar os pratos para o
almoço que será servido a partir das onze e meia. 9h50: Um funcionário de um
deles começa a assar carne numa chapa e deixa o suor respingar por cima do
objeto, o que faz o aparelho chiar; ele olha para os lados procurando alguém e
continua colocando novos cortes de aves e bovinos.
10h:
Os bancos da cidade dão início ao horário de atendimento e a fila de 23 pessoas
que aguardava na frente de um deles começa a se mexer. 10h02: O micro-ônibus
argentino começa o primeiro trajeto do dia que faz as quatro viagens
internacionais diárias (acompanhe no infográfico abaixo os horários de ônibus
que saem da cidade) de São Borja a Santo Tomé e vise-versa; o
motorista/cobrador argentino se diverte com as tentativas de alguns brasileiros
arriscando um “portunhol” barato toda vez que lhe dão 12 pesos ou 05 reais –
preço da passagem. 11h57: O comércio de São Borja se organiza para finalizar o
expediente da manhã, enquanto algumas lojas já fecham as portas.
12h:
Os funcionários públicos da prefeitura municipal encerram o expediente que
iniciou às oito da manhã e o responsável pelo site do órgão atualiza a página
com os telefones
úteis do município antes de sair do Departamento de
Comunicação (DECOM). 12h13: O movimento no comércio da cidade é primordial nos
supermercados e restaurantes. 12h30: Um ônibus volta lotado e barulhento do
bairro Ernesto Dornelles, onde pegou os alunos da Unipampa, para o centro. 12h52:
Os operários de uma obra da Rua General Osório comem
o almoço, entregado mais cedo numa vianda.
13h08:
Alunos voltam a se amontoar nas paradas de ônibus esperando a linha – a qual
passa no horário certo (treze horas e dez minutos) dessa vez – que os levarão à
universidade. 13h37: Os funcionários dos restaurantes – agora vazios – se
servem e se reúnem em mesas perto da cozinha para o almoço. 13h44: Uma moradora
de rua, carregando um saco com latas amassadas de refrigerante, espera sentada
na porta de um deles até que um garçom leva até ela um prato cheio das sobras
do almoço. 14h00: As lojas do comércio central voltam a funcionar e o movimento
começa a fluir.
Crianças brincam e adultos tomam chimarrão no parque da Praça da Lagoa - Foto: Liziane Wolfart |
19h:
O fluxo de clientes aumenta nas lancherias são-borjenses, que recebem os mais
variados tipos pedidos, escolhidos entre diversas opções de xis,
cachorros-quente, pizzas e pastéis. 20h28: O sol se despede deixando o
horizonte num alaranjado forte, que vai se dissipando, dando lugar à luz da
lua.
O sol se põe em São Borja tingindo o céu de tons alaranjados - Foto: Phillipp Gripp |
21h42: Um rapaz chega correndo, trazendo consigo uma mala, até o ponto de táxi. Ele deseja boa noite ao motorista, que coloca a bagagem no porta-malas e segue rumo à rodoviária. 21h58: O posto Missioneiro enche de carros e pessoas que procuram um lugar para uma noite animada (como você pode acompanhar no vídeo abaixo, que fala sobre o entretenimento da noite na cidade):
[Acessibilidade] Clique aqui para ouvir a audiodescrição do vídeo acima.
22h: Os caixas eletrônicos das agências bancárias no centro do município desligam automaticamente. Os supermercados finalizam o expediente e fecham as portas. 00h: Os restaurantes começam a fechar e os funcionários organizam o estabelecimento para o dia seguinte. 01h: O movimento de jovens aumenta em frente ao Bull, Estação do Som e Clube Comercial. 02h: Um caminhoneiro pede informação a um pedestre, que não sabe lhe dizer onde há um lugar aberto para comer alguma coisa. 02h57: Os médicos e enfermeiros Hospital Ivan Goulart continuam de plantão para atender as emergências. (ouça o podcast abaixo e se informe sobre os serviços de urgência em São Borja).
[Acessibilidade] Clique aqui para ler o texto e ver fotos do podcast.
03h15: Um homem pede um Xis Simples no Caçula Mix e aproveita para acessar a internet Wifi pelo seu celular. 04h18: A cidade parece estar dormindo novamente. Nenhuma farmácia, Posto de Gasolina ou Loja de Conveniência estão abertos. Hora ou outra o silêncio é interrompido por alguém que acelera seu carro, fazendo-o cantar pneu, ou pelo grito de alguém ao longe. 05h52: Alguns trabalhadores se preparam para começar a rotina diária e dar movimento à cidade novamente. Os feirantes se encaminham para a venda de produtos coloniais, legumes e verduras. 6h: São Borja está escura e calma. Os caixas eletrônicos dos bancos voltam a funcionar automaticamente...
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