Segundo o Priberam online, para a palavra cidade há sete significados e um deles é: caracterizada por um número elevado de habitantes, por elevada densidade populacional e por determinadas infra-estruturas. Contudo, cidade não é apenas um amontoado de gente no espaço urbano, as relações entre os indivíduos e do indivíduo com a própria urbanidade é relevante para se ver o todo como um organismo, com cada parte cooperando para o todo existir.
São, justamente, dessas relações dos indivíduos com o urbano que surge as Cidades Digitais ou as Cibercidades. AndréLemos, professor coordenador do Grupo de Pesquisa em Cibercidades (GPC/Facom-UFBA) define a Cidade Digital como “cidades da globalização, onde as redes telemáticas fazem parte da vida quotidiana e constituem-se como infra-estrutura básica e hegemônica da época. Redes de cabos, fibras, antenas de celulares, espectro de ondas permitindo uma conexão wi-fi, entre outras.”
Lemos ainda apresenta quatro tipos de experiências relacionando as Tecnologias de Comunicação à ideia de Cidades Digitais, para saber quais são esses quatro tipos de exemplos e suas aplicações, veja o box, abaixo, com as definições:
O Brasil está acompanhando a
tendência mundial, para isso, o Governo Federal tem apresentado projetos que
viabilizam esse desenvolvimento tecnológico.
São Borja foi uma das cidades
contempladas pelo Projeto do Programa de Fomento à Elaboração e à Implantação
de Projetos de Inclusão Digital: Infraestrutura para Cidade Digital; pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, o qual
cabe a cidade uma verba para administrar na implantação dos recursos de uma Cidade Digital.
Para saber detalhes de como São
Borja pretende gerenciar essa verba, acompanhe a reportagem de Roberto
Ferreira:
[Acessibilidade] Ouça aqui audiodescrição da videoreportagem Cibercidades.
Já existem, em São Borja, projetos
experimentais que proporcionam aos moradores a possibilidade de interagirem com
o espaço urbano. O projeto Ciber São Borja, que será explicado com mais
detalhes a seguir, sugere essa interação mediada por Quick Response Code ou QRCodes, os quais são códigos de
barras bidimensionais que podem ser escaneados por câmeras de smartphones e
convertidos em texto, endereço URL, entre outros.
Para mais detalhes do projeto Ciber
São Borja, ouça o podcast feito com a Greice Meireles, uma das idealizadoras e
realizadoras do Ciber São Borja.
[Acessibilidade] Clique aqui para ler o conteúdo do podcast.
Enquanto os projetos experimentais e
de fomentação à Cidade Digital não são postos em prática, a cidade testa e já
se articula com outros projetos paralelos. Um desses exemplos é a Parada
Cultura que foi inaugurada em 26 de outubro de 2012. Nela há livros, televisão,
microcomputador com acesso à internet e transmissão de sinal wireless.
Leia a enquete feita pelo repórter Estevan Minini, sobe o que a população tem achado da Parada Cultural:
Leia a enquete feita pelo repórter Estevan Minini, sobe o que a população tem achado da Parada Cultural:
“Ao
meu ver é uma coisa que não precisa. O investimento poderia ir para outro
local. Pego ônibus quase sempre aqui para ir no curso. É a primeira vez que
uso, por enquanto está funcionando, mas semana passada estava quebrado.”
Daiane Caceres – estudante
Maurisson Dia Foto: Estevan Minini |
“É
bom para o pessoal ficar entretido. Muitas vezes ficamos mais de meia hora
esperando e é um bom passatempo. É um antiestresse para quem fica esperando.
Não é só aqui que precisa, em outros locais também.”
Maurisson Dia – empacotador
Evandro Rattes Foto: Estevan Minini |
“É
boa para quando demora o ônibus. A gente tem entretenimento. Já utilizei um
pouco para entrar no ‘face’, de noite enquanto esperava o ônibus. Seria legal
se tivesse outras assim, em outros locais.”
Evandro Rattes – estudante
Achei
bem legal pois, as vezes, o ônibus demora e podemos nos distrair. Pego ônibus
diariamente, mas hoje que estou com o meu esposo, resolvi usar pois deu tempo.
Sozinha eu tenho vergonha. Seria bom ter outras, como na frente da Igreja
Evangélica que tem bastante movimento”
Natalia Lencima - dona de casa
Cristina Dornelles Foto: Estevan Minini |
“Acho
que deveriam colocar em todas então. Lá no Passo não tem. Se é para uns tem que
ser para todos. É bom para quem pega ônibus diariamente, fica se entretendo
enquanto espera.”
Cristina Dornelles - funcionária pública
Para
ver mais fotos da Parada Cultura, vá até a nossa Galeria de Fotos.
Outro exemplo, que também já está em
prática, é o vídeo monitoramento que tem como suporte físico uma rede de fibra
óptica espalhada por São Borja.
Veja o infográfico a seguir e descubra por quais lugares esta rede está instalada:
Veja o infográfico a seguir e descubra por quais lugares esta rede está instalada:
Infográfico on Prezi
Por mais, que vejamos como a Cidade
Digital tem sido aplicada e planeja, André Lemos salienta que o objetivo de toda essa infra-estrutura é
para promover os vínculos sociais, a inclusão digital, a democratização do
acesso à informação, aquecer as atividades políticas, culturais e econômicas. E
o nosso desafio é criar formas de
comunicação e de uso do espaço físico que favoreça o uso das novas tecnologias
fortalecendo, assim, a democracia com experiências de cibercidadania.
Ou seja, como a cidade é um
organismo de partes físicas e humanas, as cidades digitais surgem da sintonia
desse encontro. Os projetos de implantação são alternativas interessantes,
contudo a exploração desse potencial disponível não acontecerá, necessariamente,
apenas por estar disponível, isso demanda tempo para que os indivíduos
amadureçam a proposta e entendam que antes de tecnologia essa é uma mudança é
do comportamento social/humano.
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