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1 de dez. de 2012

Intervenções urbanas no espaço da arte: vistas e perspectivas da obra

Aline Sant Ana

“Quando a arte se torna maior que a criação
Muitos a chamam de obra
Quando a obra se torna maior que o homem
Ela se chama cidade”
(F.U.R.T.O)

À direita há uma porta marrom de uma casa abandonada. À esquerda há vários desenhos na parede: cinco reproduzem o personagem Charlie Chaplin, um o Papai Noel com a escrita “Ho ho ho” abaixo, três pinturas de braços levantados e as palavras “lute” e “resista”. As intervenções urbanas utilizadas nesta parede são chamadas de estêncil. A técnica necessita da utilização de pranchas com desenhos vazados que é por onde passa a tinta ou o spray. Esta casa se encontra na Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade, próxima ao Hospital Ivan Goulart
O estêncil é muito encontrado em
paredes na cidade. A técnica
pode ser feita com tinta ou spray e
consiste na utilização de uma
prancha com o desenho vazado
O trecho da música da banda F.U.R.T.O, grupo que compõe músicas pelas causas urbanas, é mais do que uma evocação à arte das ruas. É a prova de que ela compõe as cidades.  A arte vista da perspectiva dos elementos que estão no cenário urbano interfere, segundo a própria letra, na grande obra humana. Mas quando a cidade é a própria arte, alguns detalhes que compõem sua magnitude são ofuscados pela sua imensidão. Estes detalhes são intervenções urbanas.

Intervenções Urbanas é um termo que possui em sua origem a explicação para uma visão de mundo que interpela a construção do eixo urbano. Apesar de em cidades do interior, como São Borja, esta constatação de urbanidade não ser tão grande quando comparada aos grandes centros, as intervenções de cunho artístico estão presentes no ambiente. Basta reparar.

Piches, grafites, estêncil, decoração livre, pinturas e teatro são algumas formas de percepção da arte nas ruas. Atualmente, diversas dimensões destas intervenções buscam compor os espaços como forma de inserir um ritual artístico e excêntrico no inclausurável cotidiano da cidade. Mesmo pessoas que vivem em trânsito de um grande centro urbano para pequenas localidades percebem o dinamismo destas intervenções.

Merli Leal, moradora de São Borja e Porto Alegre, está sempre em função do itinerário da capital rumo ao interior, em função do seu trabalho. Professora universitária, Merli circula dentre os principais trechos do centro das duas cidades em função da sua rotina corrida. Ainda assim, a professora revela que detalhes na composição dos espaços são coisas que a chamam atenção, pois revelam, de fato, alguma mudança naqueles locais.

– As intervenções artísticas humanizam, conferem identidade e socializam o espaço urbano. O grafite, por exemplo, invade as ruas sem preconceitos artísticos e contribui transformação e democratização da sociedade – destaca.

Geralmente presente em locais públicos, o grafite é uma manifestação artística do hip-hop (da cultura norte-americana) e um dos elementos mais comuns quanto aos tipos de intervenções urbanas. No Brasil, a arte surgiu na década de 70, quando ganhou uma versão aportuguesada para o manifesto da palavra pichação, que comparava o ato do grafitismo ao vandalismo. A prática, por determinação do artigo 65 da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, foi declarada como crime. Até então, a diferença conceitual entre a prática do grafite e do piche, era o intuito da arte. O grafite, por exemplo, pode ser feito com diversos materiais que vão desde o spray convencional até o látex – todos utilizados para a realização de pinturas que buscam valorizar o patrimônio urbano.

Um muro branco e bege com a pintura descascada próxima à calçada tem as palavras “acorde” e “tortura” escritas em caixa alta e na cor vermelha. A palavra “acorde” foi escrita com spray. Já a palavra “tortura” foi pintada em cima de outros símbolos quase apagados. Este muro é de uma casa localizada na Rua Cândido Falcão, centro de São Borja.
Muitas vezes, os pichadores utilizam a técnica 
como liberdade de expressão
Já o piche, consiste na prática de “conspurcação de edificações ou monumentos urbanos” (Lei Lei nº 9.605/98) com os sprays ou materiais danosos à superfície paisagística do local.

Até maio de 2011, ambas as práticas eram consideradas como crime por se materializarem em locais públicos e privados, sem o consentimento do proprietário ou responsável, e ainda resultarem da venda de sprays ilegais para menores de dezoito anos.  Com a promulgação da Lei nº 12.408/11, porém, apenas o piche foi considerado como crime, já que o grafite possui em seu  intuito a atribuição da arte para valorizar espaço urbano. Ainda que esta diferenciação entre as duas práticas só exista no Brasil, o grafite é uma das expressões artísticas mais visíveis e esteticamente transformadoras dos grandes centros urbanos.

Veja o infográfico sobre a história do grafite e curiosidades da sua chegada ao Brasil:


A arte nas ruas pelas mãos de um grafiteiro

Ao sair de Porto Alegre, Arielson de Deus, veio para São Borja sem se desligar da arte. O grafiteiro, que desde os 13 anos tem contato com desenhos e pinturas, foi sendo influenciado pela cultura underground, pelo Skate e pelo hardcore - elementos que, para ele, compõem a identidade das ruas. Para o grafiteiro, apesar dos anos 70 para cá a quantidade de pessoas que fazem grafite ter aumentando, o preconceito com a prática ainda existe.

– Nada mudou. As pessoas ainda continuam taxando o grafite como vandalismo. O grafite só proporciona melhoras quando está pronto, quando as pessoas veem que está pronto e o que é – ressalta.

Desde que se popularizou no Brasil, a arte do grafite tomou uma dimensão cultural capaz de incorporar modas, política e até referências linguísticas ao próprio “mundo do grafite”. Algumas gírias como writter (o artista que pinta); bite (imitar o estilo de outro grafiteiro); crew (um grupo de grafiteiros que se reúne para pintar ao mesmo tempo); tag (a assinatura do grafiteiro); toy (o grafiteiro iniciante) e spot (lugar onde é praticado o grafite) compõem a identidade vocabular dos indivíduos que exercem a prática.

Para quem não entende muito dessas gírias, no entanto, as referências culturais expressas nos grafites podem revelar a identidade cultural da qual o grafiteiro é influenciado. Nas ruas de São Borja, por exemplo, não é difícil encontrar desenhos, símbolos e palavras que remetem às mensagens contidas em filmes, séries ou bandas musicais.

Assista no vídeo como essas referências culturais estão presentes no espaço da cidade através da manifestação do grafite:



[Acessibilidade] Confira a audiodescrição do vídeo:

Comunicação e intervenções sociais

Apesar de, durante muito tempo, ter sido encarado pela sociedade enquanto ato de vandalismo, o grafite é um elemento que instiga estudos e pesquisas em universidades. Tratado como um tipo de mensagem, a qual os grafiteiros procuram projetar nas ruas, o grafite reflete um componente crucial que, segundo comunicadores, psicólogos e antropólogos, permite o conhecimento da sociedade.

Para o especialista em folkcomunicação, Fábio Corniani, este tipo de intervenção constitui mensagens articuladas no espaço urbano com o objetivo ínfimo da comunicação entre os indivíduos que as executam e a sociedade. Segundo Fábio, se a pessoa que está utilizando a arte urbana tem o objetivo de fazer uma mudança social através da sua mensagem, conseguindo concluir esta informação, efetivamente aquilo vai acorrer numa modificação. Mas nem sempre o objetivo da mensagem é uma transformação social.

– Às vezes pode ser uma simples cantada de amor e este ator não está trabalhando com nenhuma transformação social, mas uma intervenção de coisas que compõem o espaço – ressalta.

A psicanalista Juliana Rhoden atribui esse elemento comunicativo da mensagem à necessidade, que principalmente os jovens possuem, de se abrir para o mundo. Para ela, o imediatismo eufórico da jovialidade pode justificar o anseio de uma conexão mais evidente e adaptações no espaço. Juliana aponta que a arte urbana, neste sentido, é uma forma de canalizar as transformações sociais almejadas.

– Arte possibilita outra relação com o mundo, uma relação de não repressão. Estas intervenções, para os indivíduos, podem simbolizar o grito para o mundo, as insatisfações, as posturas políticas e o desejo de mudanças de cada um – completa.

Mesmo considerando o grafite uma derivação da arte, nem sempre o seu intuito contempla os valores da sociedade. Conforme lembra o antropólogo, coordenador do Grupo de Antroplogia Social e Pensamento Crítico (ASPEC), Daniel Etcheverry, as formas de intervenções, se tratadas como tal, são livres de julgamento.

Numa parede azul, internauta escreveu com tinta preta “@BecoBugra ‘siga’” e o desenho da própria mão. O intuito da pintura é adquirir seguidores em uma rede social. Esta intervenção urbana se encontra na Rua João Manoel, esquina com a Rua Barão do Rio Branco, centro.
As intervenções urbanas são utilizadas por pessoas
que desejam sair do anonimato
– Intervenções são intervenções. Não há nenhum problema quanto o entendimento da palavra. Mas é importante sempre questionarmos: são intervenções ao quê?

Para ele, as formas de intervenções respondem ao objetivo, ao lugar e, sobretudo, ao resultado que podem alcançar. O antropólogo destaca a importância de enxergarmos nos indivíduos a mudança social, uma vez que eles dão vida e espírito às intervenções.

– A alma das intervenções é o que o homem deseja fazer com ela. Por isso, muitas resistem ao espaço e ao tempo, mas sempre lembrando à humanidade quem um dia esteve ali, querendo dizer alguma coisa – explica.

Intervenção urbana e histórica

A história do grafite sempre esteve inerente ao espaço onde se projetou. Independente das polêmicas ligadas ao vandalismo ou criativismo das intervenções urbanas, o grafite sobrevive ao tempo, deixando marcas e lembranças de uma época. Quem não lembra do Profeta Gentileza e de suas mensagens de amor e esperança no Viaduto do Caju, no Rio de Janeiro? As mensagens pintadas na década de 80 marcam uma época de Guerras, violência, quebra-econômica e fome no país. Hoje, doze anos após sua morte, o pregador é lembrado como símbolo de mobilização artístico-social, que foi capaz de incluir no ambiente naturalizado da cidade maravilhosa, suas mensagens de paz.

Em São Paulo, outro grande exemplo de transformadores urbanos são Os gêmeos. Os irmãos grafiteiros já realizaram trabalhos monumentais ao transformarem fachadas de prédios, ruas e muros no centro da maior metrópole da América Latina. Atualmente reconhecidos em todo o mundo, Os gêmeos também contribuem para a intervenção social ao driblarem de forma criativa a “poluição visual” das cidades. Na cidade de São Paulo a Lei municipal  nº 14.223/06, mais conhecida como Lei da Cidade Limpa, já teria impugnado o trabalho dos Gêmeos. A decisão foi retomada, por sua vez, após a constatação de que a obra tinha o consentimento da empresa proprietária do prédio.

No podcast, ouça a como os proprietários de muros particulares atribuem a pichação em São Borja:


[Acessibilidade] Clique aqui para acompanhar o texto do podcast.





O destino do lixo em São Borja

Pâmela Faustino
Rafael Junckes
Tamara Finardi

O lixo que colocamos nas lixeiras de nossas casas parece ter pouco valor. Você concorda? Ele é o resultado do consumo diário de muitos produtos em um ciclo comum: comprar, consumir e descartar. Quem pensa assim, ao menos uma vez ao ano, quando recebe a cobrança da taxa de lixo, toma certa consciência da importância do descarte adequado e de que o final desse processo não está na lixeira de casa. A taxa, no entanto, não oferece a noção geral do montante gasto com estes resíduos, tampouco do impacto de nosso consumo no meio ambiente. Em São Borja, atualmente, são destinados mais de R$ 2 milhões por ano para a coleta de resíduos sólidos e orgânicos. Este gasto já foi superado em anos anteriores, chegando a mais de R$ 4 milhões/ano.

No infográfico, entenda o cálculo da taxa anual de lixo em São Borja.

[Acessibilidade] clique aqui para acessar o conteúdo do infográfico em texto.


Histórico do lixo são-borjense
No primeiro plano da foto aparece uma parte do chão, de terra vermelha,sem nenhuma cobertura de grama ou vegetação. No segundo plano um pedaço de gramado, com algumas arvores. Do lado esquerda da foto, aparece um sacos de lixos amarelos cobertos com lona preta. No terceiro plano da foto, aparece uma lavoura de  arroz
Lavouras de arroz ao lado do lixão/ 
foto: Pâmela Faustino

Por cinco décadas todo o lixo produzido pelo município era enterrado num espaço de três hectares, localizado próximo ao cemitério municipal do bairro do Passo. Neste período o lixo era apenas jogado no solo sem nenhum cuidado. “A área ainda está contaminada, se você escavar vai encontrar vários sacos de lixos”, enfatiza o secretário do Meio Ambiente, José Ênio de Jesus.

O lixão começou a gerar problemas iminentes para a cidade. Além do mau cheiro, a falta de cuidados com o depósito dos resíduos levantou grandes discussões sobre impactos ambientais como a contaminação do solo, do lençol freático e do riacho do Arroio do Padre, que passa ao lado do terreno e desemboca no Rio Uruguai.

A alternativa encontrada foi enviar os resíduos para outras cidades do Estado. De acordo com José Ênio, no início o material foi levado para Minas do Butiá, que fica a 532 km do município. Depois passou a ser enviado para Santa Maria e o último destino foi Marau, a 413 km de São Borja. O transporte gerava grande despesa aos cofres públicos, cada tonelada de lixo transportada tinha o custo de cerca de R$ 150. Logo, só com transporte o investimento era de R$ 6 mil/dia.

No entanto, desde 2011 o lixo voltou a ser deixado em São Borja. A atual empresa de coleta, a Eccolix, passou a recolher e embalar o lixo em bolsões plásticos. O material é depositado na área degradada do antigo lixão, sem entrar em contato com o solo, de acordo com o gerente da empresa, Marcelo Barcellos.



O processo de coleta de lixo em São Borja








[Acessibilidade]: ouça abaixo a audiodescrição da videorreportagem "O destino do lixo em São Borja".
  


O caminhão de recolhimento do lixo é dotado de um sistema onde os resíduos são prensados, ao final são depositados no local do antigo lixão em bolsões plásticos de quatro toneladas cada (Entenda melhor o sistema na videorreportagem). O chorume, líquido preto e expeço que sai do processo de prensa, é separado e depositado em duas piscinas de decantação. Há cinco meses o líquido passa por um tratamento de descontaminação ainda experimental, antes disso o líquido era armazenado em tonéis e transportado até Santa Maria, onde recebia o tratamento realizado por uma empresa especializada. Em São Borja o lixo é recolhido no centro da cidade seis vezes por semana e nos bairros mais distantes três vezes alternadas.

No fundo o céu está azul, sem nenhuma nuvem. O primeiro plano da foto é um caminhão, com uma prensa que serve para tornar menos os grandes sacos amarelos de lixos. No lado direito da foto, ao lado do caminhão estão dois rapazes. Um está arrumando o caminhão, ele veste uma bermuda laranja com uma listra branca e uma camiseta verde. O mesmo usa um boné colorido. Já o segundo moço, está olhando o que está arrumando o caminhão, ele veste bermuda laranja com detalhe em branco e uma camiseta laranja com um detalhe em branco. Não está usando boné.

Caminhão da coleta de resíduos sólidos e orgânicos/
Foto: Tamara Finardi
Bolsão plástico sobre a gel membrana/Foto: Pamela Faustino

Durante a visita não fomos autorizados a conhecer as piscinas de tratamento do chorume. Barcellos informou que elas ficam a céu aberto já que a água da chuva é um componente que acelera o processo de descontaminação. O risco do procedimento é o de vazamento de água, com o aumento do nível pelas chuvas.

No terreno, os bolsões são empilhados sobre uma gel membrana de 8mm (espécie de lona preta especial), com o intuito de proteger o solo da contaminação. As pilhas são parcialmente cobertas por lonas plásticas para aumentar a vida útil do material e permitir que o armazenamento seja prolongado. “Por mais que ela seja fechada, há vazamento de gás metano. Com isso a poeira pega e fica aquela aparência toda muito degradada. A lona é uma alternativa para melhorar a questão da parte sustentável da bolsa, para que ela dure um pouco mais”, explica Marcelo Barcellos, gerente da Eccolix em São Borja.
No fundo podemos ver o céu completamente azul, com algumas nuvens pequenas. No primeiro plano da foto, sacos grandes de resíduos de cor amarela. O chão de terra vermelha, aparece com bastante barro, dando a entender que fazia pouco que havia chovido. No meio, dos sacos amarelos bem a direita da foto, uma lona preta cobre alguns desses sacos.
Bolsões plásticos empilhados no lixão/
Foto: Pâmela Faustino

Segundo o secretário do Meio Ambiente do município, José Ênio de Jesus, o trabalho realizado pela Eccolix custa R$ 197,00 por tonelada de lixo recolhida. Ao fim de um ano são cerca de 2 milhões e quatrocentos mil reais despendidos para a Eccolix.

Nossa equipe foi até o local onde fica depositado o lixo no dia 21 de novembro de 2012. A visita foi monitorada e não tivemos permissão para fazer imagens de todo o lugar. Neste dia foram encontradas algumas bolsas rasgadas e outras sem a cobertura da lona plástica, pelo chão é possível ver o resultado das décadas de descarte do lixo sem qualquer tratamento, bem como resíduos que vez ou outra se desprendem dos bolsões.

Segundo Barcellos, a cobertura das pilhas de bolsões foi iniciada no início desse ano e, como tem um caráter de prolongação adicional na vida útil das bolsas, nem tudo está coberto. A chuva e o vento forte também favorecem danos aos bolsões. Assim como, as reações químicas (gás metano, chorume e outros resíduos) que acontecem no material compactado.


Consciência Seletiva

Galpão de madeira, parede dos fundos de cor branca. Foto feita na luz do dia. No chão do galpão há muitos fardos de material reciclável espalhados por todo o espaço. Esses fardos contêm materiais como papel, papelão e garrafas plásticas, tudo amarrado com cordas.
Interior da Cooperativa de Recliclagem Cooreciclar/
Foto: Pâmela Faustino

A Coleta Seletiva em São Borja, que acontece em paralelo ao trabalho da Eccolix, é realizada pela Cooperativa dos Trabalhadores de Triagem e Reciclagem de Resíduos Sólidos Urbanos São-borjense, a Cooreciclar desde dezembro de 2010. A triagem do material é feita em uma área vizinha ao depósito do lixo do município, dentro do espaço de três hectares do antigo lixão.

“A prefeitura tem um contrato de cedência com a cooperativa, cedendo um caminhão como forma de ajuda de custo, mas a manutenção e operação são por conta da cooperativa [...] esse caminhão agora não está funcionando, o usado hoje na coleta é alugado por eles, a prefeitura paga um equivalente a R$ 5,30 por quilômetro rodado, até 1.500 quilômetros por mês”, explica o secretário do Meio Ambiente. O presidente da Cooreciclar, Valdir Radiuk, declarou na visita da nossa equipe ao lixão que “desde julho, há R$ 35 mil só da cooperativa para receber da prefeitura”.

Segundo dados da Cooreciclar, em São Borja são recolhidas de 30 a 40 toneladas de material reciclável por mês. Mas no processo de coleta da cooperativa nem todo lixo recolhido levado para a triagem contém material adequado para a reciclagem. Sacolas de supermercado, papel higiênico, resíduos orgânicos e outros materiais acabam sendo recolhidos e precisam ser separados. Esse lixo é depositado nos arredores da cooperativa para que a prefeitura dê a destinação adequada.

Radiuk revela que se encontra de tudo entre o material reciclado, por volta de seis anos atrás ele encontrou “uma criança aqui [...] uma gurizinha, tava dentro de duas sacolas verdes, devia pesar uns três ou quatro quilos, toda formadinha”.







Aterro Sanitário
Segundo informações do gerente local da Eccolix, Marcelo Barcelos, os bolsões plásticos de armazenamento do lixo compactado devem ficar estocados por um período mínimo de 24 meses. O processo de estocagem em São Borja iniciou em março de 2011, então até março de 2013 os promeiros bolsões poderão ser abertos.

Passado o prazo é possível abri-los para separação de matéria orgânica (que pode ser utilizada para adubação), plástico e outros materiais que ainda podem ser reciclados e o lixo comum não reciclável. Este último poderá ser enviado ao futuro aterro sanitário que vem sendo organizado por um consórcio de administração entre os municípios de São Borja, Itaqui e Maçambara. Conforme informou a secretaria de Meio Ambiente, o local adquirido para a construção tem uma área de 50 hectares e prevê o recebimento de 80 a 100 toneladas de lixo ao dia. Na área a proposta será desenvolver também atividades relacionadas à coleta seletiva e a compostagem. Segundo José Ênio, o aterro deve entrar em funcionamento no segundo semestre de 2013, pois atualmente aguarda a liberação da licença prévia emitida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (FEPAM).

Até lá o lixo continua sendo compactado e ensacado pela Eccolix, ainda sem perspectivas de destinação dos bolsões plásticos empilhados. “A gente faz uma proposta pra prefeitura, se a prefeitura quiser contratar, contrata. O lixo é problema do município. [...] Por mais que não tenha viabilidade econômica fazer essa operação, qualquer coisa que o município fizer com o dinheiro pra proteger o meio ambiente, para não enterrar lá naquele aterro, excelente. Eu creio que nós [moradores] devemos pagar o preço por isso ai. A não ser que a gente tenha educação nas nossas residências para aprender que não devemos colocar o lixo da forma que a gente coloca fora”, esclarece Marcelo Barcellos.



Entenda a diferença entre lixão e aterro sanitário no podcast a seguir:

[Acessibilidade]clique aqui para ler o conteúdo do podcast.


* As fotos desta postagem possuem texto descritivo para softwares leitores de tela.

São Borja em 24 horas

Phillipp Gripp

A equipe d’O Infoscópio mapeou a rotina diária do município gaúcho que faz fronteira com Santo Tomé (Argentina) e mostra para você o que acontece no centro da cidade

O céu está azul e sem nuvens. O sol nasce no horizonte e começa a iluminar os prédios e as casas da cidade.
Os primeiros raios de sol em São Borja - Foto: Phillipp Gripp
06h: São Borja está escura e calma. Os caixas eletrônicos dos bancos voltam a funcionar automaticamente. O único movimento expressivo na cidade é na esquina da Rua Barão do Rio Branco com a Cândido Falcão, onde os feirantes independentes começam a agitá-la colocando os produtos coloniais em exposição. 06h18: O sol começa a se mostrar timidamente no horizonte, parecendo iluminar as casas de nossos vizinhos argentinos antes das nossas. 06h30: Alguns poucos trabalhadores chegam em padarias e mercados da cidade para organizar os estabelecimentos.

7h: Milhares de despertadores tocam simultaneamente, cada um a seu estilo, músicas que mais tarde se tornarão irritantes e serão trocadas por outras que soarão no mesmo horário, criando um ciclo interminável no decorrer dos meses. Uma grande parcela de pessoas abre os olhos de forma preguiçosa e se levantam para começar a rotina de mais um dia da semana: tomar banho, vestir-se, comer algo no café da manhã (enquanto assiste TV, acessa a internet, ouve rádio ou lê um jornal impresso), escovar os dentes, e sair para o trabalho – não sem antes dar uma última olhada na cama e pensar em como seria ótimo se pudesse continuar dormindo. 7h15: Uma das atendentes, já uniformizadas, de uma padaria abre as portas para os primeiros clientes e, sonolenta, reza para que o intervalo das doze às quatorze horas chegue logo.

Fachada do Hospital Ivan Goulart.
Fachada do Hospital Ivan Goulart - Foto: Liziane Wolfart
08h: Funcionários dos três maiores supermercados da cidade abrem as grades e deixam os clientes que esperavam ao lado de fora entrarem. Alguns caixas já estão posicionados, organizando as moedas para troco e aguardando os primeiros lucros. 08h05: Um médico estaciona seu carro em frente ao  Hospital Ivan Goulart e calmamente se dirige até seu consultório, enquanto quatro pessoas já aguardam a sua chegada. 08h10: Os pontos de ônibus estão lotados de estudantes que esperam a linha que os leva até a universidade, a qual deveria ter passado há cinco minutos e está parando ali apenas agora. Quando todos entram e o transporte prossegue seu caminho, dois adolescentes dobram a esquina correndo para pegar a condução que acabou de partir; eles percebem, param, enxugam o suor das testas e, com a respiração ofegante, andam mais devagar. 08h30: Uma após a outra as lojas de roupas do centro de São Borja iniciam o horário comercial. Um funcionário de uma delas chega correndo, com um sorriso no rosto por ter conseguido o emprego dois dias atrás, enquanto o cadeado está sendo destrancado e dá “bom dia!” ao chefe, que lhe responde, cordialmente, com a mesma exclamação.

9h15: Os chefes e cozinheiros dos restaurantes Aquarela, Al Manara e Algo Mais e de alguns hotéis começam a cortar cebolas, alhos, alfaces e tomates; a fritar, cozinhar e assar os pratos para o almoço que será servido a partir das onze e meia. 9h50: Um funcionário de um deles começa a assar carne numa chapa e deixa o suor respingar por cima do objeto, o que faz o aparelho chiar; ele olha para os lados procurando alguém e continua colocando novos cortes de aves e bovinos.

10h: Os bancos da cidade dão início ao horário de atendimento e a fila de 23 pessoas que aguardava na frente de um deles começa a se mexer. 10h02: O micro-ônibus argentino começa o primeiro trajeto do dia que faz as quatro viagens internacionais diárias (acompanhe no infográfico abaixo os horários de ônibus que saem da cidade) de São Borja a Santo Tomé e vise-versa; o motorista/cobrador argentino se diverte com as tentativas de alguns brasileiros arriscando um “portunhol” barato toda vez que lhe dão 12 pesos ou 05 reais – preço da passagem. 11h57: O comércio de São Borja se organiza para finalizar o expediente da manhã, enquanto algumas lojas já fecham as portas.

12h: Os funcionários públicos da prefeitura municipal encerram o expediente que iniciou às oito da manhã e o responsável pelo site do órgão atualiza a página com os telefones úteis do município antes de sair do Departamento de Comunicação (DECOM). 12h13: O movimento no comércio da cidade é primordial nos supermercados e restaurantes. 12h30: Um ônibus volta lotado e barulhento do bairro Ernesto Dornelles, onde pegou os alunos da Unipampa, para o centro. 12h52: Os operários de uma obra da Rua General Osório comem o almoço, entregado mais cedo numa vianda.

13h08: Alunos voltam a se amontoar nas paradas de ônibus esperando a linha – a qual passa no horário certo (treze horas e dez minutos) dessa vez – que os levarão à universidade. 13h37: Os funcionários dos restaurantes – agora vazios – se servem e se reúnem em mesas perto da cozinha para o almoço. 13h44: Uma moradora de rua, carregando um saco com latas amassadas de refrigerante, espera sentada na porta de um deles até que um garçom leva até ela um prato cheio das sobras do almoço. 14h00: As lojas do comércio central voltam a funcionar e o movimento começa a fluir.

Crianças, adultos e idosos aproveitam o fim de tarde na praça da Lagoa. No parquinho uma criança brinca dentro da caixa de areia do escorregador. Os pais da criança a olham. No lado esquerdo da imagem pessoas de todas as idades fazem uma roda de chimarrão. Um senhor de idade está sentado num banco e observa toda a cena.
Crianças brincam e adultos tomam chimarrão no parque da
 Praça da Lagoa - Foto: Liziane Wolfart
15h00: As agências bancárias encerram o horário de atendimento, mas todos permanecem trabalhando em seus computadores. O centro da cidade segue a rotina. As pessoas vêm e vão, pagam suas contas, fazem um lanche, levam as crianças para brincar numa das praças, ou simplesmente tomam chimarrão e conversam. 17h30: As escolas liberam os estudantes do turno da tarde, acarretando um leve trânsito por causa dos pais que vão buscar as crianças, além de universitários que estão voltando para o centro da cidade. 18h30: Finalmente as lojas começam a fechar e os trabalhadores a voltar para suas respectivas casas.

19h: O fluxo de clientes aumenta nas lancherias são-borjenses, que recebem os mais variados tipos pedidos, escolhidos entre diversas opções de xis, cachorros-quente, pizzas e pastéis. 20h28: O sol se despede deixando o horizonte num alaranjado forte, que vai se dissipando, dando lugar à luz da lua.
O sol se põe no horizonte e o céu vai ganhando tons alaranjados. A foto foi captada na sacada do décimo andar do prédio Sindicato rural. Uma árvore está na frente da imagem que tem como fundo o rio Uruguai.
O sol se põe em São Borja tingindo o céu de tons alaranjados - Foto: Phillipp Gripp

21h42: Um rapaz chega correndo, trazendo consigo uma mala, até o ponto de táxi. Ele deseja boa noite ao motorista, que coloca a bagagem no porta-malas e segue rumo à rodoviária. 21h58: O posto Missioneiro enche de carros e pessoas que procuram um lugar para uma noite animada (como você pode acompanhar no vídeo abaixo, que fala sobre o entretenimento da noite na cidade):

[Acessibilidade] Clique aqui para ouvir a audiodescrição do vídeo acima.

22h: Os caixas eletrônicos das agências bancárias no centro do município desligam automaticamente. Os supermercados finalizam o expediente e fecham as portas.  00h: Os restaurantes começam a fechar e os funcionários organizam o estabelecimento para o dia seguinte. 01h: O movimento de jovens aumenta em frente ao BullEstação do Som e Clube Comercial. 02h: Um caminhoneiro pede informação a um pedestre, que não sabe lhe dizer onde há um lugar aberto para comer alguma coisa. 02h57: Os médicos e enfermeiros Hospital Ivan Goulart continuam de plantão para atender as emergências. (ouça o podcast abaixo e se informe sobre os serviços de urgência em São Borja).

[Acessibilidade] Clique aqui para ler o texto e ver fotos do podcast.

03h15: Um homem pede um Xis Simples no Caçula Mix e aproveita para acessar a internet Wifi pelo seu celular. 04h18: A cidade parece estar dormindo novamente. Nenhuma farmácia, Posto de Gasolina ou Loja de Conveniência estão abertos. Hora ou outra o silêncio é interrompido por alguém que acelera seu carro, fazendo-o cantar pneu, ou pelo grito de alguém ao longe. 05h52: Alguns trabalhadores se preparam para começar a rotina diária e dar movimento à cidade novamente. Os feirantes se encaminham para a venda de produtos coloniais, legumes e verduras. 6h: São Borja está escura e calma. Os caixas eletrônicos dos bancos voltam a funcionar automaticamente...

Cidade Digital: o que é isso?

Sofia Silva

Segundo o Priberam online, para a palavra cidade há sete significados e um deles é: caracterizada por um número elevado de habitantes, por elevada densidade populacional e por determinadas infra-estruturas. Contudo, cidade não é apenas um amontoado de gente no espaço urbano, as relações entre os indivíduos e do indivíduo com a própria urbanidade é relevante para se ver o todo como um organismo, com cada parte cooperando para o todo existir.

São, justamente, dessas relações dos indivíduos com o urbano que surge as Cidades Digitais ou as Cibercidades. AndréLemos, professor coordenador do Grupo de Pesquisa em Cibercidades (GPC/Facom-UFBA) define a Cidade Digital como “cidades da globalização, onde as redes telemáticas fazem parte da vida quotidiana e constituem-se como infra-estrutura básica e hegemônica da época. Redes de cabos, fibras, antenas de celulares, espectro de ondas permitindo uma conexão wi-fi, entre outras.”

Lemos ainda apresenta quatro tipos de experiências relacionando as Tecnologias de Comunicação à ideia de Cidades Digitais, para saber quais são esses quatro tipos de exemplos e suas aplicações, veja o box, abaixo, com as definições:



[Acessibilidade] Clique aqui e leia o conteúdo do box - Cidades Digitais

O Brasil está acompanhando a tendência mundial, para isso, o Governo Federal tem apresentado projetos que viabilizam esse desenvolvimento tecnológico.

São Borja foi uma das cidades contempladas pelo Projeto do Programa de Fomento à Elaboração e à Implantação de Projetos de Inclusão Digital: Infraestrutura para Cidade Digital; pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, o qual cabe a cidade uma verba para administrar na implantação dos recursos de uma Cidade Digital. 

Para saber detalhes de como São Borja pretende gerenciar essa verba, acompanhe a reportagem de Roberto Ferreira:

[Acessibilidade] Ouça aqui audiodescrição da videoreportagem Cibercidades. 

Já existem, em São Borja, projetos experimentais que proporcionam aos moradores a possibilidade de interagirem com o espaço urbano. O projeto Ciber São Borja, que será explicado com mais detalhes a seguir, sugere essa interação mediada por Quick Response Code  ou QRCodes, os quais são códigos de barras bidimensionais que podem ser escaneados por câmeras de smartphones e convertidos em texto, endereço URL, entre outros.

Para mais detalhes do projeto Ciber São Borja, ouça o podcast feito com a Greice Meireles, uma das idealizadoras e realizadoras do Ciber São Borja.


[Acessibilidade] Clique aqui para ler o conteúdo do podcast.

Enquanto os projetos experimentais e de fomentação à Cidade Digital não são postos em prática, a cidade testa e já se articula com outros projetos paralelos. Um desses exemplos é a Parada Cultura que foi inaugurada em 26 de outubro de 2012. Nela há livros, televisão, microcomputador com acesso à internet e transmissão de sinal wireless.

Leia a enquete feita pelo repórter Estevan Minini, sobe o que a população tem achado da Parada Cultural:


Daiana Caceres está em frente ao monitor, na Parada Cultural, olhando fixamente para a câmera. Ela tem, aproximadamente, vinte anos, branca com cabelos castanhos escuros e lisos
Daiana Caceres
Foto: Estevan Minini
“Ao meu ver é uma coisa que não precisa. O investimento poderia ir para outro local. Pego ônibus quase sempre aqui para ir no curso. É a primeira vez que uso, por enquanto está funcionando, mas semana passada estava quebrado.”
Daiane Caceres – estudante




Maurisson Dias está em frente ao monitor da Parada Cultural olhando fixamente para a câmera. Ele tem, aproximadamente, vinte anos, cabelos castanhos escuros crespos e está vestindo o uniforme da Rede Vivo, uma camiseta vermelha como marca do supermercado em amarelo.
Maurisson Dia
Foto: Estevan Minini
“É bom para o pessoal ficar entretido. Muitas vezes ficamos mais de meia hora esperando e é um bom passatempo. É um antiestresse para quem fica esperando. Não é só aqui que precisa, em outros locais também.”

Maurisson Dia – empacotador





Evandro Rattes, está sentado no banco da Parada Cultural, olhando fixamente para a câmera. É branco de olhos claros com, aproximadamente, vinte anos e usa um boné e veste uma camiseta pólo presta listrada de branco.
Evandro Rattes
Foto: Estevan Minini
“É boa para quando demora o ônibus. A gente tem entretenimento. Já utilizei um pouco para entrar no ‘face’, de noite enquanto esperava o ônibus. Seria legal se tivesse outras assim, em outros locais.”

Evandro Rattes – estudante 

Natália Lencima, está em frete do monitor da Parada Cultura, olhando fixamente para a câmera. Ela é mulata com aproximadamente, vinte e cinco anos, e está vestindo um blusa do tipo tomara-que-cai branca.
Natalia Lencima
Foto: Estevan Minini
Achei bem legal pois, as vezes, o ônibus demora e podemos nos distrair. Pego ônibus diariamente, mas hoje que estou com o meu esposo, resolvi usar pois deu tempo. Sozinha eu tenho vergonha. Seria bom ter outras, como na frente da Igreja Evangélica que tem bastante movimento”

Natalia Lencima - dona de casa 

Cristina Dornelles está sentada no banco da Parada Cultural. Ela é branca de olhos claros com, aproximadamente, quarenta anos. Tem cabelos castanhos claros que estão presos e veste uma blusa azul marinho.
Cristina Dornelles
Foto: Estevan Minini
“Acho que deveriam colocar em todas então. Lá no Passo não tem. Se é para uns tem que ser para todos. É bom para quem pega ônibus diariamente, fica se entretendo enquanto espera.”

Cristina Dornelles - funcionária pública 


Para ver mais fotos da Parada Cultura, vá até a nossa Galeria de Fotos. 

Outro exemplo, que também já está em prática, é o vídeo monitoramento que tem como suporte físico uma rede de fibra óptica espalhada por São Borja.
Veja o infográfico a seguir e descubra por quais lugares esta rede está instalada:



Por mais, que vejamos como a Cidade Digital tem sido aplicada e planeja, André Lemos salienta que o objetivo de toda essa infra-estrutura é para promover os vínculos sociais, a inclusão digital, a democratização do acesso à informação, aquecer as atividades políticas, culturais e econômicas. E o nosso desafio é criar formas de comunicação e de uso do espaço físico que favoreça o uso das novas tecnologias fortalecendo, assim, a democracia com experiências de cibercidadania.

Ou seja, como a cidade é um organismo de partes físicas e humanas, as cidades digitais surgem da sintonia desse encontro. Os projetos de implantação são alternativas interessantes, contudo a exploração desse potencial disponível não acontecerá, necessariamente, apenas por estar disponível, isso demanda tempo para que os indivíduos amadureçam a proposta e entendam que antes de tecnologia essa é uma mudança é do comportamento social/humano.