Enquanto países ultradesenvolvidos pesquisam e implementam modernos sistemas de comunicação preventiva para casos de grandes tragédias, em São Borja ainda é utilizado para esses fins um sistema de comunicação aparentemente simples. Trata-se da invenção do cientista italiano Guglielmo Marconi, registrada no final do século XIX – nosso velho conhecido, o rádio. 
As enchentes do Rio Uruguai podem ser consideradas uma rotina para os que habitam próximo às suas margens. Seu Jorge Silva, proprietário de um bar no Cais do Porto, conta que já conhece as épocas de cheia e consegue antever quando a água irá inundar seu estabelecimento, que é também sua moradia. 
Há procedimentos costumeiros para proteger pessoas e bens materiais dos estragos da enchente, mas o que chama a atenção é o sistema de informação usado por Seu Jorge e os demais ribeirinhos, sejam moradores ou comerciantes. 
Segundo Seu Jorge, é possível prever com exatidão a velocidade da enchente e quando ela vai chegar próximo ao seu comércio através de ligações radiofônicas para postos da marinha argentina, localizadas em cidades mais próximas à nascente do rio ou das comportas da Usina Hidrelétrica de Itá. Esse serviço é complementado pela RNA (Rádio Nacional da Argentina), que fornece boletins sobre a situação do nível da água para várias outras cidades da região. 
Em 2011, o velho “radinho de pilha” mostra sua importância, cumprindo seu papel social na prevenção de grandes tragédias. Logo após sua invenção, antes de se tornar um meio que traz diversão e cultura, o rádio era usado em grandes embarcações para prevenir naufrágios. Da data de sua invenção até hoje, salvou milhares de vidas quando usado para esse propósito - comunicar para prevenir. 
Exemplo esse a ser seguido com mais frequência pelas rádios são-borjenses. A comunicação radiofônica tem longo alcance e não faz necessária tantos recursos, sendo de extrema utilidade e importância. Em plena era digital, este meio considerado obsoleto por muitos tem grande valia para informar sobre catástrofes naturais. 
Por Alcebíades Paulino e Jaiara Oliveira
 
 
 
                     
 
                     
 
                     
 
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