Sibele Chaves com Lucas, um dos alunos participantes do projeto (crédito: Karol Petrucci) |
Uma mulher de pele clara, cabelos grisalhos, olhar profundo e mãos de anjo. Ao nascer, aquelas mãos tiveram seu caminho traçado, regado de partituras, sonatas e acordes, indicando que o destino lhe proporcionaria uma vida repleta de músicas suaves. Assim é a vida de Sibele Chaves, 50 anos, professora de piano há quarenta anos. Desde 2004 Sibele participa de um projeto voluntário no Centro de Formação Tereza Verzeri, levando para meninos e meninas a arte e beleza de seu dom.
Se antes o piano era considerado um instrumento de classe alta, hoje está lá disponível aos pequenos. Não só para que eles possam ouvir, mas também tocar e aprender a apreciar apesar de todas as dificuldades encontradas naquela pequena sala cheia de cadeiras, com um piano alemão antigo, mas sem idade definida. O piano já não tem mais as boas condições sonoras de seus áureos tempos, mas reúne muita dedicação e sonhos dos pequenos talentos que esperam um futuro promissor.
Devido à péssima situação do piano alemão, os alunos têm as aulas práticas em um teclado. O piano é utilizado apenas para exercícios mecânicos, de repetição para adquirir mobilidade e agilidade. Mesmo com todas as barreiras e dificuldades, a vontade de aprender e a vontade de ensinar continuam lado a lado, crescendo cada vez mais. E foi por isso que Sibele teve uma nova ideia: além de treinar no centro de formação, ela abriu as portas de sua casa para novos acordes e diversos sonhos.
Foi assim, sendo voluntária, que as mãos de anjo descobriram que ainda é possível, mesmo neste mundo individualista, pensar no próximo. Descobriu que o ritmo que aquece, tranquiliza e encanta pode sempre ter espaço no coração de alguém e que novos sonhos e novos talentos podem bater a sua porta a qualquer instante.
Texto por Franciéle Rodrigues, Karol Petrucci e Luísa Aranha
Texto por Franciéle Rodrigues, Karol Petrucci e Luísa Aranha
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