Desde meados da década de 1980, o norte do Brasil já sofria com o oxi. Mais barata e mais agressiva que o crack, ela começou a se espalhar pelo país recentemente, e já é cada vez mais um problema de saúde pública no Brasil.
O oxi tem o mesmo princípio ativo do crack, a pasta-base de cocaína, porém pode conter várias outras substancias que podem variar. Cimento, acetona, e até soda cáustica são algumas dessas substancias adicionadas a droga, o que deixa o oxi com uma cor um pouco diferente. Por esse motivo, muitos dependentes usam o oxi pensando ser um crack mais ‘poderoso’.
A psiquiatra e pesquisadora do oxi, Ivete Blanco afirma que, por ser uma derivação do crack, ele não era reconhecido como uma droga diferente. “O oxi é um crack que é adicionado mais misturas, misturas diferenciadas, então dependendo do local, ele nem era reconhecido como oxi.” Ressalta a psiquiatra.
A psiquiatra e pesquisadora do oxi, Ivete Blanco afirma que, por ser uma derivação do crack, ele não era reconhecido como uma droga diferente. “O oxi é um crack que é adicionado mais misturas, misturas diferenciadas, então dependendo do local, ele nem era reconhecido como oxi.” Ressalta a psiquiatra.
Entre os principais motivos que fez o oxi se espalhar rapidamente é o seu poder alucinógeno. Por conter várias outras substancias na fórmula, ele produz um efeito maior que o do crack no usuário, com um tempo de duração mais reduzido, o que faz com que o potencial de causar dependência seja maior. Além disso, o oxi é mais barato, o que o torna ainda mais acessível.
Enquanto o crack leva bicarbonato de sódio e amoníaco para transformar o pó em pedra, o oxi leva querosene e cal virgem, o que o torna mais barato e, consequentemente, mas consumido. O poder alucinógeno é outro diferencial. O efeito do crack dura aproximadamente 30 minutos, o do oxi não dura mais que 15 minutos, o que leva o usuário a usar mais doses em um curto espaço de tempo.
Por conter substâncias altamente tóxicas e corrosivas, o oxi causa inúmeros danos ao corpo poucas doses utilizadas, além de levar a morte mais rápido que o crack. Veja no gráfico os efeitos causados pelo oxi no corpo humano.
Tratamento
Por ser um ‘derivado’ do crack, o tratamento para dependentes do Oxi é o mesmo tratamento aplicado em dependentes de crack. Ivete Blanco explica que primeiramente é feito uma desintoxicação do dependente, além do tratamento de eventuais complicações decorrentes do uso da droga. Logo depois é feita uma avaliação clínica e neurológica. É comum que os pacientes cheguem ao hospital muito debilitados. Muitos chegam anêmicos, desnutridos, desidratados, e também contraem tuberculose e AIDS.
No vídeo abaixo a psiquiatra Ivete Blanco explica em detalhes como é feito o tratamento de um dependente de oxi.
São Borja
Em São Borja o oxi chegou a pouco tempo. Segundo a psiquiatra Ivete Blanco, há dependentes que são internados no hospital local como dependentes de crack, porém, em seus depoimentos eles contam que utilizavam a pedra de cor diferente.
O Hospital Ivan Goulart possui uma ala destinada a dependentes químicos. De acordo com a assistente social da instituição, Aline Henrich, os internados são usuários de álcool e crack. O uso do oxi pode registrado apenas nos depoimentos dos dependentes.
Aline ressalta ainda que ultimamente houve muita entrada de mulheres usuárias para internação, porém o hospital possui apenas uma ala masculina pra dependentes, assim, não há leitos disponíveis para mulheres. A solução encontrada foi encaminhar as dependentes até a cidade vizinha, São Luiz Gonzaga.
Ouça no áudio abaixo a entrevista com a assistente social Aline Henrich, onde ela explica como é feita a internação e o tratamento dos dependentes que chegam ao hospital Ivan Goulart.
Nenhum comentário:
Postar um comentário